Dicas de Manutenção

Posicionamento na bicicleta

Uma bicicleta mal ajustada não só causa desconforto, mas também pode provocar uma lesão. Muitos problemas fisiológicos podem ser causados simplesmente por não se gastar tempo necessário para ajustar corretamente a postura do corpo na bicicleta. Procure se integrar com a bicicleta até percebê-la como uma extensão do seu corpo.



Inclinação do selim

Esta regulagem é considerada como uma questão pessoal, mas o que se recomenda é que o selim fique na posição horizontal. Lembre-se: selim que aponta muito para baixo pode causar danos aos cotovelos e pulsos, pois transfere o peso do corpo para a frente, sobrecarregando os braços. Se estiver muito apontado para cima, tende a irritar o períneo ou a próstata.



Altura do selim

Quando o selim é ajustado na posição correta, você obterá a potência máxima das suas pernas, sem sobrecarregar as articulações. Se o selim estiver muito baixo, você pode desenvolver problemas nos joelhos. Se o selim estiver muito alto, sua cintura se moverá de um lado para o outro conforme você pedalar e haverá um esforço desperdiçado. Além disso, causará muita pressão e você poderá desenvolver problemas em tendões.

Para verificar a altura correta do selim, sente-se nele com os dois pés nos pedais na posição de "seis horas". Uma de suas pernas deve estar ligeiramente dobrada, mas não completamente esticada. Em seguida, coloque os calcanhares sobre os pedais e, então, sua perna deve estar completamente esticada.


Posição das alavancas de freio

A alavanca de freio deve estar alinhada com seu antebraço. Você não deve torcer os pulsos em nenhuma direção para que seus dedos agarrem a alavanca de freio.



Limpeza e lubrificação pós-uso

O pior inimigo da bicicleta é a sujeira acompanhada pela água. Uma vez que a sujeira penetre no sistema de câmbios e rolamentos, ela age de forma abrasiva, destruindo gradualmente os rolamentos e também estragando outros componentes, como corrente, catraca (pinhões), engrenagens do pedivela (coroas), etc.

A única forma de se limpar a bicicleta é com água e sabão e, quando preciso, desengraxantes. Não é preciso nenhum equipamento sofisticado para lavar a bicicleta com eficiência, somente um balde com água e sabão, um vaporizador com desengraxante, uma esponja, uma escova e uma mangueira.

Para melhores resultados, uma ferramenta de lavagem de corrente e um limpador de pinhões podem ser usados.


Lavagem

Comece lavando a bicicleta de cima para baixo, com uma mangueira. Não é recomendável o uso de mangueira de alta pressão, pois a alta pressão pode empurrar a sujeira para dentro dos rolamentos. Apenas deixe a água correr da mangueira para a bicicleta. Não aponte a mangueira diretamente para os rolamentos dos cubos ou os rolamentos do movimento central. Se a bicicleta está com barro, tente removê-lo todo nessa fase.

Use uma escova em áreas de difícil acesso, como em volta dos pedais, flanges dos cubos, alavancas de câmbio, cravos dos pneus, etc. Se os pinhões estiverem com lama, esfregue o máximo possível. Uma chave estreita pode ser usada entre os pinhões.

Pincele o desengraxante no conjunto da roda livre (pinhões). Após deixar agir por alguns minutos, esfregue-a com uma escova. Repita a operação quantas vezes forem necessárias. Não esqueça as guias e roldanas do câmbio, os dentes das engrenagens (coroas) e a corrente.

Em seguida, pegue a esponja ou escova, mergulhe no balde com água e sabão e esfregue a bicicleta toda. Lave a bicicleta com água novamente, assegurando-se de que todo o sabão foi removido. Balance a bicicleta para retirar a maior parte da água. Em seguida, enxugue o quadro com um pano macio.


Regulagem de câmbios

Nessa próxima etapa, explicaremos o funcionamento dos câmbios, como utilizá-los e daremos algumas dicas de regulagem. No entanto, neste último passo, recomenda-se que o serviço seja executado por um profissional, pois um câmbio mal regulado pode danificar sua bicicleta.


Câmbio dianteiro

O câmbio dianteiro necessita de quatro tipos de regulagens:

  • Distância da haste para a coroa
  • Alinhamento da haste com a coroa
  • Regulagem dos batentes limitadores (parafusinhos)
  • Regulagem do indexado (se o seu sistema de troca de marchas for sincronizado com os câmbios)

Primeiramente, lembre-se sempre de que toda e qualquer troca de marcha deve ser sempre girando os pedais no sentido da pedalada, pois só assim a corrente poderá passar de uma engrenagem para outra.

A haste externa deve ficar a uma distancia de 2 a 3 mm do topo dos dentes da coroa. Se necessário, solte a abraçadeira do câmbio e regule-o a essa altura.

A haste deve estar perfeitamente paralela à coroa.

Para regular os batentes, primeiramente coloque a corrente na menor engrenagem do pedivela (coroa pequena) e no câmbio traseiro coloque a maior engrenagem. A corrente deve passar a uma distância de 2 mm da haste interna do câmbio dianteiro. Se estiver tocando na corrente, solte o parafuso que tem a indicação L ("low", marcha baixas ou leve) até que seja respeitada a distância mencionada.

O próximo passo é regular o batente da coroa maior, que corresponde ao parafuso H ("high", marchas altas ou pesadas). Coloque a corrente na coroa maior no câmbio dianteiro e na menor no câmbio traseiro. A haste externa do câmbio deve também respeitar a folga de 2 mm quando totalmente pressionado para fora da coroa maior.A regulagem do indexado deve ser feita após a regulagem do câmbio traseiro, para que o serviço não seja feito duas vezes.


Câmbio traseiro

O procedimento é muito semelhante ao do câmbio dianteiro, pois os parafusos (batentes) têm a mesma função; porém, o câmbio traseiro percorre um caminho muito maior para conduzir a corrente por todas as engrenagens (pinhões) da roda traseira.

O primeiro passo é verificar se a haste do câmbio (peça que segura as roldanas) está perfeitamente alinhada com os pinhões, tanto quando se olha por trás da bicicleta quanto quando se olha por cima dela. Se houver alguma anormalidade nesse alinhamento, recomenda-se levar a bicicleta a uma oficina especializada, pois se trata do alinhamento do suporte do câmbio (gancheira).

Concluído o primeiro passo, leve o câmbio traseiro para a primeira engrenagem (pinhão maior) e o câmbio dianteiro para a coroa menor e certifique-se de que a roldana superior esteja perfeitamente direcionada para o pinhão. Se estiver passando, aperte o parafuso L ("low", marcha baixa, marcha leve) até que ele alinhe perfeitamente com o pinhão. Se não estiver chegando até ele, solte-o até que seja possível o alinhamento.

Em seguida, leve o câmbio traseiro para a engrenagem menor, que será correspondente à ultima marcha, mais pesada, e o câmbio dianteiro para a coroa maior. Proceda da mesma forma, verifique se a roldana superior alinha-se perfeitamente com a última engrenagem. Se estiver passando, aperte o parafuso H ("high", marcha alta, pesada). Se não estiver chegando, então solte o parafuso até que a roldana alinhe com a engrenagem. Esteja atento à tensão do cabo, pois, se estiver muito tenso, ele impedirá o câmbio de alcançar a última marcha. Neste caso, libere um pouco o cabo de aço.

A partir desse passo, começa o processo de regulagem do "indexado" (sincronismo).

Como se sabe, o câmbio é acionado por um comando que fica na parte frontal da bicicleta, que pode ser chamado de "trocador de marcha" e que, por intermédio de um cabo de aço que passa por dentro dos "conduítes" (capas dos cabos), aciona os câmbios para cima ou para baixo. Esses conduítes ficam apoiados em reguladores que ao serem girados na direção anti-horária aumentam a tensão dos cabos; já no sentido horário, diminuem sua tensão.

Primeiramente posicione o trocador na posição referente à primeira marcha (marcha leve). Se você perceber que o câmbio não alcança a primeira marcha, significa que não há tensão suficiente no cabo para conduzi-lo a essa marcha. A solução é girar o regulador no sentido anti-horário até que a marcha engate.

Desça uma marcha no trocador. A corrente deve acompanhar esse movimento passando para a próxima marcha. Se não descer, talvez o cabo esteja muito tenso. Afrouxe-o até que mude de marcha. Proceda da mesma forma com todas as outras marchas. Repita o mesmo procedimento algumas vezes para certificar-se de que o funcionamento está perfeito.

Lembre-se: é imprescindível que o cabo e os conduítes estejam em perfeito estado e que sejam de boa qualidade.

Retorne ao câmbio dianteiro e proceda da mesma forma.


Utilização das marchas

Para aumentar a vida útil da corrente, os fabricantes de transmissão recomendam que se evite trabalhar com a corrente "torcida". De qualquer forma, ela deverá funcionar com todas as combinações possíveis, dependendo somente das manutenções periódicas (limpeza, lubrificações e regulagens). Para isso, recomenda-se que sejam observadas as dicas abaixo.

Quando se usa uma marcha dianteira na coroa menor (extremidade interna), com uma marcha traseira na engrenagem menor (extremidade externa), a corrente trabalha "cruzada", e isso causa o desgaste prematuro da transmissão. Além disso, a corrente fica completamente folgada, porque o câmbio traseiro não tem pressão suficiente para esticá-la. Quando se usa a marcha dianteira na extremidade externa combinada com a marcha traseira na extremidade interna, a corrente também trabalhará "cruzada", mas o câmbio traseiro ficará extremamente esticado e com certeza essas peças terão uma vida útil curta.

Então, lembre-se:

  • A coroa do meio pode ser utilizada com todas as marchas do câmbio traseiro.
  • A coroa grande pode ser usada somente com as quatro últimas marchas do câmbio traseiro (pinhões menores).
  • A coroa pequena pode ser usada somente com as quatro primeiras marchas do câmbio traseiro (pinhões maiores)

Inspeção e regulagem dos freios

Os pontos mais importantes para se verificar num sistema de freio são os seguintes:

  • a) Folga suficiente das alavancas
  • b) Espessura da sapata
  • c) Posição da sapata no aro
  • d) Condição do aro

As sapatas (pastilhas, borracha) são os componentes que mais se desgastam no sistema de freio, apesar de durarem muito tempo. Em alguns casos, o tempo de vida de uma sapata pode ser prolongado com a remoção dela da haste do freio e lixando-a por igual. Isso remove qualquer tipo de desgaste irregular e pode eliminar barulhos provenientes do atrito da sapata com o aro. Se o desgaste for muito profundo, recomenda-se a substituição das sapatas.

O primeiro passo é remover a sapata do corpo do freio. Geralmente ela fica fixada por uma porca 10 mm ou parafuso Allen 5 mm na lateral do corpo do freio.

Nos freios do tipo V-brake, é muito importante respeitar a seqüência de montagem das arruelas espaçadoras, pois elas possibilitam todas as inclinações possíveis e necessárias para o alinhamento das sapatas.

No momento da remontagem das sapatas, certifique-se de que os dois braços do freio estão perfeitamente paralelos. Se não estiverem, afrouxe ou estique o cabo do freio até que os braços se alinhem. Ao reinstalar as sapatas, faça com que elas fiquem completamente encostadas nas laterais do aro e que os dois lados tenham a mesma aparência, além de respeitar uma distância mínima para o pneu de 2 mm e também não saindo do aro. Em seguida, verifique no manete de freio se há folga. Se não houver, afrouxe o cabo o suficiente para permitir uma folga mínima de 10 mm. Assim, é possível o acionamento do sistema de abertura para a retirada da roda que se faz pelo cabo de ligação, no cantilever, ou pela curva, no caso do V-brake, conforme citado anteriormente.

Verifique, em seguida, se um dos lados encosta permanentemente na lateral do aro ou se um lado fica mais próximo da lateral que o outro. Se isso acontecer, regule os parafusos de pressão das molas que ficam na lateral do braço do freio. Geralmente eles se apresentam como parafusos Phillips ou Allen. Se você apertar o lado mais próximo do aro, ele se afastará, e se você afrouxar o lado mais distante, ele se aproximará. Siga esse princípio e fique atento para que os parafusos não fiquem nem muito apertados e nem muito frouxos. Se, ao girar a roda, você perceber que o aro se desloca de um lado para o outro, será necessário o alinhamento da roda. Leve sua bicicleta, então, a uma oficina especializada.

Lixar a lateral do aro com lixa d`água fina e limpá-lo com água e sabão também são boas soluções para o aumento da eficiência dos freios.

Verificação de folga dos rolamentos

Movimento central

Você pode verificar rapidamente se os rolamentos do movimento central estão com folga e se precisam de manutenção. Movimente lateralmente as duas hastes do pedivela. Se ao girar os pedivelas para trás você perceber certa resistência ao movimento ou ouvir estalos, certamente terá de levar sua bicicleta a uma oficina especializada para a manutenção ou substituição do movimento central. A manifestação desses sintomas certamente resultará na quebra desse conjunto, o que pode obrigá-lo a empurrar a bicicleta por bons quilômetros.


Roda

Para verificar folgas nos rolamento dos cubos, balance a roda lateralmente. Qualquer folga pode ser sentida facilmente usando esse método. Se ao girar a roda você ouvir estalos, leve a bicicleta a uma oficina especializada.

Agora que você conhece um pouco melhor sua bike, é importante lembrar o seguinte: sua segurança deve vir em primeiro lugar. Nos procedimentos mais complexos, e em caso de qualquer dúvida, recomendamos que você encaminhe seu equipamento a uma oficina. Algumas ferramentas especiais e o conhecimento técnico de um bom especialista são indispensáveis para um perfeito ajuste e para detectar desgaste excessivo das peças verificadas.

 
 
 

Dicas de Manutenção
Dicas de Trânsito
Condições de Garantia
Glossário da Bicicleta

 
Datto